terça-feira, 29 de agosto de 2017


 O discípulo e o discipulado

 
 Texto Áureo
“Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós.” Gálatas 4.19

Verdade Aplicada
Fazer discípulos não é uma tarefa qualquer, mas uma responsabilidade da vida espiritual.

Textos de Referência.

Mateus 28.18-20
18 E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.
19 Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20 Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém.

Marcos 16.15-16
15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.

Introdução
Após a ressurreição, Jesus deu uma ordem aos Seus discípulos: pregar o Evangelho e fazer discípulos de todas as nações. Todo Seu ministério e ensinamentos giraram em torno dessa tarefa (Mt 28.18-20).

1. Ir e fazer discípulos de todas as nações.
A grande comissão não é um chamado para um novo plano de ação, mas o desenvolvimento do próprio método da missão vivida por Jesus aqui na terra. O discipulado cristão é um relacionamento entre mestre e aluno, baseado nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (Mt 10.25).

1.1. O que significa se tornar um discípulo?
Todo cristão, por definição, é um discípulo. Todavia, o discipulado não é a simples aceitação dos ensinamentos de Cristo, nem a identificação com uma igreja. Discipulado é uma específica maneira de viver (Jo 13.15). O discípulo é o aluno que aprende as palavras, os atos e estilo de vida de seu mestre com a finalidade de ensinar a outros (2Tm 2.2). Um discípulo é alguém que se submete voluntariamente ao senhorio de Cristo, desejando converter-se em seu imitador, em pensamentos, palavras e obras (1Co 11.1).

1.2. O discípulo deve se parecer com o Mestre.
“Eu sou a luz do mundo; quem, me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12). Essas são as palavras pelas quais o Senhor Jesus nos exorta a imitar Sua vida e Suas virtudes. A vida cristã não se limita ao momento da conversão. Na verdade, a vida cristã é uma jornada, um processo. Para que este processo seja contínuo, Jesus fez algumas exigências aos que desejam seguí-Lo (Lc 14.25-33). A essência do discipulado é parecer com Jesus (Lc 6.40; Rm 8.29). Os seguidores de Cristo, nos primeiros anos da Igreja, eram identificados como discípulos (alunos, aprendiz, adepto). Mais tarde é que foram chamados de cristãos – seguidor de Cristo (At 11.26). No fim de todas as coisas, “quando ele se manifestar”, os salvos serão semelhantes a Ele (1Jo 3.2).

1.3. De discípulo a discipulador.
Fazer discípulo é uma responsabilidade da vida espiritual e uma afirmação do nosso discipulado com o Senhor Jesus Cristo. A orientação de Paulo a Timóteo foi: “Você ouve, transmite aos outros e estes outros instruem a outros” (2Tm 2.2). O princípio bíblico é que os membros do Corpo de Cristo são aperfeiçoados (preparados) para o serviço cristão (Ef 4.12). Logo, é um viver dinâmico.

2. O valor do ensino na vida do discípulo.
A principal ocupação de Jesus foi o ensino (Mt 4.23; 5.2; 7.29; Mc 4.2). Mesmo quando realizava milagres, Ele aproveitava para ensinar verdades espirituais. Ele estava preparando e ensinando um grupo para levar adiante a Sua obra (Mt 28.19-20).

2.1. Jesus Cristo e o ensino.
Em Mateus 28.19-20, encontramos duas expressões: “ensinai” e “ensinando-as”. A ênfase é o ensino. Não apenas antes, mas também após o batismo nas águas. Na verdade, precisamos de ensino durante toda a jornada cristã. Mais do que transmitir informações ou expor um assunto, ensinar é ajudar outros a aprenderem. OI próprio Deus participa ativamente do processo de ensino/aprendizagem. Jesus Cristo falava, perguntava, demonstrava, buscava a participação dos discípulos, utilizava vários métodos (Mt 16.13; 15.36; 13.3; Jo 13.2-4).

2.2. Pós-modernidade, um desafio ao ensino bíblico.
Vivemos um tempo marcado pelo imediatismo, hedonismo, relativismo, desconstrução de conceitos e outras características que têm se tornado verdadeiros desafios para a Igreja no cumprimento da missão de ensinar a outros a guardar os mandamentos transmitidos por Jesus Cristo (Mt 28.20). Infelizmente, além desses desafios, ainda há no Brasil diversas igrejas locais que não realizam Escola Bíblica Dominical e não valorizam o ensino. Com isso, até vemos crescimento no percentual dos que afirmam professar a fé evangélica. Mas, sem ensino, será que sabem o que significa ser um discípulo de Jesus Cristo?

2.3. O conteúdo do ensino.
Nada substitui a Palavra de Deus. Experiências e testemunhos pessoais são válidos para ressaltar, ratificar, despertar interesse, exemplificar doutrinas e princípios bíblicos, nunca para substituir ou serem supervalorizados. O próprio Jesus, falando com Seus discípulos sobre a necessidade de serem frutíferos, afirmou que Deus realiza a limpeza, para que continuemos saudáveis e frutíferos, por intermédio da Palavra de Deus é a base do discipulado.

3. Exemplos bíblicos de discipulado.
Analisemos agora alguns exemplos de discipulado encontrados no Novo Testamento, para contribuir na fixação de princípios bíblicos já estudados e motivação no exercício de tão nobre missão a nós entregue por Jesus.

3.1. O discipulado de Cornélio.
Cornélio era um oficial do exército romano que residia na cidade de Cesaréia. Os judeus davam bom testemunho acerca dele (At 10.22). Era um homem “piedoso e temente a Deus...fazia esmolas...orava continuamente e jejuava” (At 10.2, 30). Um certo dia, viu um anjo de Deus, que lhe diz para chamar Pedro, o qual lhe anunciara palavras de salvação. Cornélio necessitava de salvação (At 11.14). O anjo não pregou o Evangelho para Cornélio. Foi Pedro quem anunciou a mensagem de salvação em Jesus Cristo. Cornélio creu ao receber a mensagem do anjo. Ele estava em jejum e oração. Deus se revela aos que O buscam com fé e sinceridade. Há crescimento espiritual na vida dos que têm fome e sede em conhecer a vontade de Deus.

3.2. A conversão de Paulo.
Atos 9 registra a conversão e o início do discipulado de Paulo. Ele era um homem que “respirava ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor” (At 9.1). Sua fama foi longe e muitos discípulos o temiam (At 9.13-14). Mas para Deus nada é impossível. Ele sabe como alcançar as pessoas. E usa Seus discípulos. Por isso, deu mandamentos, poder do Espírito Santo e promessa de estar conosco na missão discipular (Mt 28.18-20; At 1.8). Após ir ao encontro de Saulo no caminho de Damasco, Jesus lhe diz que entrasse na cidade “e lá te será dito o que convém fazer” (At 9.6). Em Damasco, o Senhor tinha um discípulo! No diálogo com Ananias, vemos que o Senhor conta com pessoas comuns, limitadas, mas obedientes ao chamado para fazer discípulos (At 9.10-18).

3.3. O discipulador Barnabé.
Barnabé pertence ao grupo dos primeiros discípulos, após a descida do Espírito Santo. Lucas o apresenta como um exemplo do modo cristão no uso dos bens materiais (At 4.36-37). Quando Paulo, recém-convertido, chega a Jerusalém, encontra resistência por parte dos discípulos em recebê-lo. Mas lá estava o “filho da consolação” atento aos novos convertidos (At 9.27). Como a missão do discipulado precisava de discípulos que estejam atentos para consolar, animar e acompanhar outros.

Conclusão.
Discipular é uma tarefa muito gratificante. Quando olhamos para uma vida e vemos que aquela pessoa que ajudamos no discipulado se tornou um instrumento para o Reino de Deus, somos contagiados por tão grande alegria, que isso nos inspira a fazer sempre mais.

Questionário.

1. Qual é a essência do discipulado?

2. Qual foi a principal ocupação de Jesus?

3. Quais as duas expressões que encontramos em Mateus 28.19-20?

4. O que Atos 9 registra?

5. Como Lucas apresenta Barnabé?

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