LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - ADULTOS
2º Trimestre de 2018
Título: Valores cristãos — Enfrentando as questões
morais de nosso tempo
Comentarista: Douglas Baptista
Lição 1
1º de Abril de 2018
O que é Ética Cristã
Texto Áureo
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Verdade Prática
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“Todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são
lícitas, mas nem todas as coisas edificam” (1Co 10.23).
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As Escrituras
Sagradas ensinam o que convêm à virtude do bem-viver cristão em sociedade.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 10.1-13.
Almeida Corrigida e Revisada Fiel
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Nova Versão Internacional
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King James Atualizada
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1 Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos
pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar.
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Porque não quero, irmãos, que
vocês ignorem o fato de que todos os nossos antepassados estiveram sob a
nuvem e todos passaram pelo mar.
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Portanto, irmãos, não quero que
ignoreis que nossos antepassados estiveram todos debaixo da nuvem e todos
passaram pelo mar.
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2 E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no
mar,
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Em Moisés, todos eles foram
batizados na nuvem e no mar.
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Em Moisés, todos eles foram
batizados na nuvem e no mar.
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3 E todos comeram de uma mesma comida espiritual,
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Todos comeram do mesmo alimento
espiritual
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Todos comeram do mesmo alimento
espiritual,
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4 E beberam todos de uma mesma bebida espiritual,
porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.
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e beberam da mesma bebida
espiritual; pois bebiam da rocha espiritual que os acompanhava, e essa rocha
era Cristo.
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e todos beberam da mesma bebida
espiritual, porque tinham a sede saciada pela rocha espiritual que os
acompanhava, e essa rocha era Cristo.
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5 Mas Deus não se agradou da maior parte deles,
pelo que foram prostrados no deserto.
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Contudo, Deus não se agradou da
maioria deles; por isso os seus corpos ficaram espalhados no deserto.
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Entretanto, Deus não se agradou
da maioria deles; e, por isso, seus corpos ficaram espalhados pelo chão do
deserto.
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6 E essas coisas foram-nos feitas em figura, para
que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.
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Essas coisas ocorreram como
exemplos para nós, para que não cobicemos coisas más, como eles fizeram.
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Esses fatos ocorreram como
exemplo para nós, a fim de que não cobicemos o que é ruim, como eles fizeram.
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7 Não vos façais, pois, idólatras, como alguns
deles; conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber, e
levantou-se para folgar.
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Não sejam idólatras, como
alguns deles foram, conforme está escrito: "O povo se assentou para
comer e beber, e levantou-se para se entregar à farra".
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Não vos torneis idólatras, como
alguns deles foram, conforme está escrito: “O povo se assentou para comer e
beber, e levantou-se para se entregar à orgia.
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8 E não nos prostituamos, como alguns deles
fizeram e caíram num dia vinte e três mil.
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Não pratiquemos imoralidade,
como alguns deles fizeram — e num só dia morreram vinte e três mil.
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Não nos entreguemos à
imoralidade, como alguns deles assim agiram – e num só dia morreram cerca de
vinte e três mil.
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9 E não tentemos a Cristo, como alguns deles
também tentaram, e pereceram pelas serpentes.
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Não devemos pôr o Senhor à
prova, como alguns deles fizeram — e foram mortos por serpentes.
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Não devemos pôr à prova a
paciência de Cristo, como alguns deles fizeram, e por isso foram mortos pelas
serpentes.
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10 E não murmureis, como também alguns deles
murmuraram, e pereceram pelo destruidor.
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E não se queixem, como alguns
deles se queixaram — e foram mortos pelo anjo destruidor.
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E não vos entregueis à murmuração,
como alguns deles resmungaram e foram mortos pelo destruidor.
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11 Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e
estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos
séculos.
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Essas coisas aconteceram a eles
como exemplos e foram escritas como advertência para nós, sobre quem tem
chegado o fim dos tempos.
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Tudo isso lhes aconteceu como
exemplo, e foi escrito como advertência para nós sobre quem o final dos
tempos já chegou!
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12 Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não
caia.
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Assim, aquele que julga estar
firme, cuide-se para que não caia!
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Assim, aquele que julga estar
firme, cuide-se para que não caia.
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13 Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas
fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis; antes, com a
tentação dará também o escape, para que a possais suportar.
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Não sobreveio a vocês tentação
que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês
sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele
lhes providenciará um escape, para que o possam suportar.
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Não vos sobreveio tentação que
não fosse comum aos seres humanos. Mas Deus é fiel e não permitirá que sejais
tentados além do que podeis resistir. Pelo contrário, juntamente com a
tentação, proverá um livramento para que a possais suportar.
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Comentário
INTRODUÇÃO
Estudar ética é muito importante para o aperfeiçoamento dos nossos
relacionamentos e conduta na sociedade. Entretanto, neste trimestre, veremos
que a Ética Cristã difere da secular. Enquanto esta se fundamenta em valores
materialistas e relativistas, aquela tem como eixo a Palavra de Deus, a revelação
divina imutável. Assim, como vivemos em uma época onde os conceitos
pós-modernos relativizam as doutrinas cristãs, é relevante identificarmos os
principais fundamentos da Ética Cristã a fim de aperfeiçoar nossa vida de
comunhão com Deus e testemunho cristão à sociedade (Mt 5.13,14). (LB CPAD, 2º
Trim 2018, Lição 1, 1º Abr 18)
“Todos nós tomamos diariamente dezenas de
decisões. Fazemos escolhas, optamos, resolvemos e determinamos aquilo que tem a
ver com nossa vida individual, a vida da empresa e de nossos semelhantes.
Ninguém faz isso no vácuo. Antigamente pensava-se que era possível
pronunciar-se sobre um determinado assunto de forma inteiramente objetiva, isto
é, isenta de quaisquer pré-concepções ou pré-convicções. Hoje, sabe-se que nem
mesmo na área das chamadas ciências exatas é possível fazer pesquisa sem sermos
influenciados pelo que somos, cremos, desejamos, objetivamos e vivemos. As
decisões que tomamos são invariavelmente influenciadas pelo horizonte do nosso
próprio mundo individual e social. Ao elegermos uma determinada solução em
detrimento de outra, o fazemos baseados num padrão, num conjunto de valores do
que acreditamos ser certo ou errado. É isso que chamamos de ética. A nossa
palavra "ética" vem do grego eqikh, que significa um hábito, costume
ou rito. Com o tempo, passou a designar qualquer conjunto de princípios ideais
da conduta humana, as normas a que devem ajustar-se as relações entre os
diversos membros de uma sociedade. Ética é o conjunto de valores ou padrão pelo
qual uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões.” (LOPES. Augustus Nicodemus; Fundamentos da Ética
Cristã. Disponível em: Claudemir Pedroso. Acesso em: 24 mar, 2018)
Segundo
o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda,
Ética
é "o estudo dos juízos de apreciação
que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista
do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo
absoluto”. Há diversas visões filosóficas da ética, entretanto, a ética
cristã baseia-se na Palavra de Deus para determinar quais ações humanas são
legítimas e quais são ilegítimas. É por esta razão que afirmamos que ela é
nossa regra de fé e prática. A ética cristã não depende da situação, dos meios
ou dos fins (Sl 119.105). O homem natural é capaz de produzir ética, mesmo
caído e ‘morto’ espiritualmente. Deus restringe a maldade humana e capacita-o à
uma retidão moral, à uma conduta séria e comprometida com causas morais, ao
ponto de causar admiração. Abraham Kuyper, teólogo holandês do século passado,
afirma que assim como o homem domestica os animais, e prende ou controla seres
selvagens, assim também Deus limita a maldade dos homens, extraindo até mesmo o
bem do mal, para que se preserve a criação, entendido neste conceito não
somente as coisas naturais, mas também toda a criação intelectual que também
vem Dele. Contudo, a ética humana vem ‘manchada’ pelos atos e fatos caídos,
pois é produzida por um coração à parte de Deus e contrária à Sua Palavra.
Este
trimestre nos dará condições de discutirmos assuntos do momento e nos dará
ferramentas para respondermos ‘qual a razão da nossa fé’ (Jd 3). Mais do que
uma simples lista de “faça” ou “não faça”, a Bíblia nos dá instruções
detalhadas de como um Cristão deve viver. A Bíblia é tudo que precisamos para
saber como viver a vida Cristã. No entanto, a Bíblia não se dirige diretamente
a exatamente todas as situações que vamos ter que encarar em nossas vidas. Como
então ela é suficiente? Em situações assim é que temos que aplicar a Ética
Cristã. Convido-o a pensarmos
maduramente a fé cristã!
TÓPICO l - O CONCEITO DE ÉTICA
CRISTÃ
1. Definição Geral. A palavra “ética” possui origem no vocábulo grego
ethos, que significa “costumes” ou “hábitos”. No latim, o termo usado se
corresponde a mos (moral), no sentido de “normas” ou “regras”. Devido à
proximidade linguística desses termos, muitas vezes eles são usados como
sinônimos. Contudo, devemos defini-los separadamente. (LB CPAD, 2º Trim 2018,
Lição 1, 1º Abr 18)
Ética
é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra
ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter. Sobre a
origem do termo, a palavra “ética”, no grego é Ethos, significa Costume, hábito, disposição; No
latim, vem de Mos, ou Mores (no plural), significa vontade, costume, uso, regra; sendo essa a origem da palavra
moral. Daí temos que Ética é a disposição ou vontade de
se seguir bons costumes ou hábitos. No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. A ética está associada ao
estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em
sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções
estabelecidas por cada sociedade.
“Segundo Chauí, em seu livro Convite à
Filosofia (2008), podemos dizer que o Senso Moral é a maneira como avaliamos
nossa situação e a dos outros segundo ideias como a de justiça, injustiça, bom
e mau. Trata-se dos sentimentos morais. Já com relação à Consciência Moral,
Chauí afirma que esta, por sua vez, não se trata apenas dos sentimentos morais,
mas se refere também a avaliações de conduta que nos levam a tomar decisões por
nós mesmos, a agir em conformidade com elas e a responder por elas perante os
outros. Isso significa ser responsável pelas consequências de nossos atos”.
(Paulo Silvino Ribeiro, ‘O que é
Ética’. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-que-etica.htm. Acesso: em: 24 mar, 2018)
Assim,
entendemos que a diferença entre ética e moral é que a moral refere-se ao
conjunto de normas e princípios que se baseiam na cultura e nos costumes de
determinado grupo social, já a ética é o estudo e reflexão sobre a moral, que
nos diz como viver em sociedade.
2. Ética e Moral. Enquanto ciência, a ética pode ser entendida como a área da filosofia
que investiga os fundamentos da moral adotada por uma sociedade. Por
conseguinte, a moral refere-se ao comportamento social em relação às regras
estabelecidas. Essas regras podem variar de uma cultura para outra, podendo
sofrer variadas e sistemáticas alterações. Tudo dependerá da referência de
autoridade que serve de fundamento para os padrões de conduta social. (LB CPAD,
2º Trim 2018, Lição 1, 1º Abr 18)
Como
vimos na etimologia das palavras, é comum confundir estes dois termos; Ética
vem do grego “ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no
latim, que vem de “mores”, significando costumes.
“Ética e moral são temas relacionados, mas
são diferentes, porque moral se fundamenta na obediência a normas, costumes ou
mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos e a ética, busca fundamentar
o modo de viver pelo pensamento humano.” (SIGNIFICADOS: Significado de Ética. Disponível em:
https://www.significados.com.br/etica/. Acesso em: 24 mar, 2018)
“Esta confusão pode ser resolvida com o
esclarecimento dos dois temas, sendo que Moral é um conjunto de normas que
regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas
pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Durkheim explicava Moral como a
“ciência dos costumes”, sendo algo anterior a própria sociedade. A Moral tem
caráter obrigatório. Já a palavra Ética, Motta (1984) defini como um “conjunto
de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens
na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social”, ou seja,
Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social. A Moral
sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a
distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Surgindo realmente quando o
homem passou a fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades
primitivas, nas primeiras tribos. A Ética teria surgido com Sócrates, pois se
exige maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois
leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente
por convicção e inteligência. Vásquez (1998) aponta que a Ética é teórica e
reflexiva, enquanto a Moral é eminentemente prática. Uma completa a outra,
havendo um inter-relacionamento entre ambas, pois na ação humana, o conhecer e
o agir são indissociáveis.”” (Renan Bardine; Filosofia - Ética e Moral. Disponível em: https://www.coladaweb.com/filosofia/moral-e-etica-dois-conceitos-de-uma-mesma-realidade. Acesso em: 24 mar, 2018)
3. Ética Cristã. Tem como objetivo indicar a conduta ideal para a retidão do
comportamento cristão. O fundamento moral da Ética Cristã são as Escrituras
Sagradas. Por isso, sua natureza não se altera nem se relativiza. Desse modo, a
Ética Cristã não se desassocia da moral e dos bons costumes derivados das
doutrinas bíblicas. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 1, 1º Abr 18)
Ética
Cristã podemos dizer que é o conjunto de regras de conduta, aceitas pelos
cristão, tendo por fundamento a Palavra de Deus. Em Colossensses 2.8, Paulo
nos adverte a vigiar contra todas as filosofias, religiões e tradições que
destacam a importância do homem à parte de Deus e de sua revelação escrita.
Hoje, uma das maiores ameaças teológicas contra o cristianismo bíblico é o
"humanismo secular", que se tornou a filosofia de base e a religião
aceita em quase toda educação secular e é o ponto de vista aprovado na maior
parte dos meios de comunicação e diversão no mundo inteiro.
“Á ética cristã é o sistema de valores morais
associado ao Cristianismo histórico e que retira dele a sustentação teológica e
filosófica de seus preceitos. [,,,] a ética cristã opera a partir de diversos
pressupostos e conceitos que acredita estão revelados nas Escrituras Sagradas
pelo único Deus verdadeiro. São estes:
1. A existência de um único Deus
verdadeiro, criador dos céus e da terra.
2. A humanidade está num estado decaído,
diferente daquele em que foi criada.
3. O homem não é moralmente neutro, mas
inclinado a tomar decisões contrárias a Deus, ao próximo.
4. Deus revelou-se à humanidade.” (LOPES. Augustus Nicodemus; Fundamentos da Ética Cristã. Disponível em: Claudemir Pedroso. Acesso em: 24 mar, 2018)
4. Princípios da Ética Cristã. O Deus Trino é santo e imutável. Ele se revelou
nas Sagradas Escrituras, e por isso, a Bíblia é plenamente inspirada por Deus.
Nesse aspecto, os princípios ético-cristãos que derivam das Escrituras são
imutáveis e divinos. Esses princípios têm aplicação adequada para todas as
épocas e culturas, pois são universais. Assim, os padrões ético-cristãos não
podem ser relativizados: “o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não
hão de passar” (Mt 24.35). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 1, 1º Abr 18)
“Ele
se revelou nas Sagradas Escrituras, e por isso, a Bíblia é plenamente inspirada
por Deus”:
“Essa pressuposição é fundamental para a
ética cristã, pois é dessa revelação que ela tira seus conceitos acerca do
mundo, da humanidade e especialmente do que é certo e do que é errado. A ética
cristã reconhece que Deus se revela como Criador através da sua imagem em nós.
Cada pessoa traz, como criatura de Deus, resquícios dessa imagem, agora
deformada pelo egoísmo e desejos de autonomia e independência de Deus. A consciência
das pessoas, embora freqüentemente ignorada e suprimida, reflete por vezes
lampejos dos valores divinos. Deus também se revela através das coisas criadas.
O mundo que nos cerca é um testemunho vivo da divindade, poder e sabedoria de
Deus, muito mais do que o resultado de milhões de anos de evolução cega.
Entretanto é através de sua revelação especial nas Escrituras que Deus nos faz
saber acerca de si próprio, de nós mesmos (pois é nosso Criador), do mundo que
nos cerca, dos seus planos a nosso respeito e da maneira como deveríamos nos
portar no mundo que criou.” (LOPES. Augustus Nicodemus; Fundamentos da Ética Cristã. Disponível em: Claudemir Pedroso. Acesso em: 24 mar, 2018)
O
professor Hans Ulrich Reifler salienta sobre a distinção no estudo da ética, a
saber, a geral e a específica. A geral, influenciada pelas Escrituras, acolhe o
mandamento de não furtar, independente da ideologia, da época e do lugar. (REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos:
Um Modelo para os Nossos Dias. São Paulo: Vida Nova, 1992. P. 15.)
TÓPICO II - FUNDAMENTOS DA
ÉTICA CRISTÃ
Neste tópico, mostraremos as principais seções bíblicas, tanto do Antigo
quanto do Novo Testamento — embora seja impossível mencionarmos o ensino
integral da Bíblia sobre o assunto —, que norteiam o senso ético de todo
cristão: o Decálogo, os Profetas, os Evangelhos, o Sermão do Monte, as
Epístolas Paulinas e Gerais.
1. O Decálogo. Os Dez Mandamentos são preceitos éticos que fazem parte da lei moral de
Deus (Êx 20.1-17). Os quatro primeiros tratam da relação do homem para com o
Criador: adoração exclusiva, condenação à idolatria, alerta acerca do uso vão
de seu santo nome e a sacralidade do tempo (Êx 20.1-11). Os seis últimos
mandamentos referem-se à relação do homem com o próximo: honra aos pais, zelo
pela integridade da vida, repúdio ao adultério, proibição ao furto, a mentira e
a cobiça (Êx 20.12-17). Jesus ensinou que os dez mandamentos resumem-se nestes
dois: amar a Deus e amar o próximo (Mt 22.37-39). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição
1, 1º Abr 18)
Sempre
que lemos os Dez Mandamentos estamos diante do coração da Lei de Deus. Podemos
dizer que eles são uma espécie de condensação de toda a Lei e são tão
aplicáveis na atualidade quanto foram nos dias de Moisés.
“O Decálogo expressa o propósito de Deus para
o povo de Israel: uma nação que andasse em justiça, odiasse o pecado e amasse a
santidade. Caso seguissem esse estilo de vida, os judeus resplandeceriam como
luz às nações vizinhas. Mas Israel falhou nesta missão e voltou-se contra Deus.
Entretanto, a queda do povo judeu trouxe salvação aos gentios. Todavia, isso
não deve orgulhar ou ensoberbecer a Igreja do Senhor, representante do Reino de
Deus no mundo; pelo contrário, a comunidade dos santos deve temer a Deus e
ouvir o conselho do apóstolo Paulo: "Porque, se Deus não poupou os ramos
naturais [Israel], teme que te não poupe a ti também [igreja]’’ (Rm 11.2 i).”
(Pr. Antônio Gilberto. Lição 7 -
Os Dez Mandamentos - 1º Trimestre de 2014 Tema: Uma Jornada de Fé - A Formação
do povo de Israel e sua herança espiritual - CPAD - Para jovens e adultos)
“Os Dez Mandamentos são o resumo da lei moral
de Deus para Israel, e descrevem as obrigações para com Deus e o próximo.
Cristo e os apóstolos afirmam que, como expressões autênticas da santa vontade
de Deus, eles permanecem obrigatórios para o crente do NT (Mt 22.37-39; Mc
12.28-34; Lc 10.27; Rm 13.9; Gl 5.1 4; Lv 1 9.1 8; Dt 6.5; 1 0.1 2; 30.6).
Conforme esses trechos do NT, os Dez Mandamentos resumem-se no amor a Deus e ao
próximo; guardá-los não é apenas uma questão de práticas externas, mas também
requer uma atitude do coração [...]. Logo, a lei demanda uma justiça espiritual
interior que se expressa em retidão exterior e em santidade. Os preceitos civis
e cerimoniais do AT que regiam o culto e a vida social de Israel [...] já não
são obrigatórios para o crente do NT. Eram tipos de sombras de coisas melhores vindouras,
e cumpriram-se em Jesus Cristo (Hb 10.1; Mt 7.12; 22.37-40; Rm 13.8; Gl 5.14;
6.2). Mesmo assim, contêm sabedoria e princípios espirituais a todas as
gerações [...]”” (Bíblia
de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.145).
2. Os profetas. A mensagem dos profetas do Antigo Testamento tem uma imensa influência
ética para os seguidores de Jesus, abarcando as esferas morais (Jr 17.1-11; Ml
1.6-14; 2.10-16), sociais (Is 58; Mq 2.1-5) e espirituais (Jr 31.31,32; Jl
2.28-32). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 1, 1º Abr 18)
“Se um
estudo fosse feito para determinar a contribuição singular das grandes nações
do mundo, verificar-se-ia que a de Israel é a profecia. Essa dádiva é tão
conspícua (distinta, notável) nada a ela se compara na história, desde períodos
antiqüíssimos. Os profetas figuram entre os maiores pregadores do Mundo, e em
qualquer lista os profetas hebraicos ocupam o primeiro lugar. Agostinho dividiu
os profetas em 2 grupos; Profetas Maiores (4) e profetas menores (12). A
Moralidade hebraica alcança seu clímax nos ensinamentos dos profetas nos
ministérios exercidos entre 800 e 400 a.C., destacando-se com ênfase o profeta
Jeremias. As mensagens dos profetas são mais do que literaturas, são lições
vivas e supremas para todas as gerações. Tem valor permanente. Ignorar os
profetas é ignorar a Deus e a História, pois esta é a sua História”. (Ética cristã slides aula 2. Disponível em:
https://pt.slideshare.net/venturaneto/tica-crist-slides-aula-2. Acesso em: 24
mar, 2018)
Ao
estudarmos os livros proféticos, vários textos apontam para o fato de que os
profetas trabalham com um conceito ético elevado (leia Is 1.23; 3.14,15; 10.1;
Am 4.1; 5.10-12; Jr 22.13). Lendo estes textos chegamos à conclusão de que
aqueles homens pregaram e escreveram ética:
a)
críticas ao poder por causa de explorações e opressões relacionadas com o
sistema tributário característico daquela sociedade;
b)
ênfase no respeito à ordem comunitária constituída (em hebraico chamado de
mishpat) e na prática da justiça (sedaqah);
c)
respeito aos direitos dos empobrecidos como correspondente ético-moral da
pertença à fé em YAHWEH, o Deus de Israel.
3. Os Evangelhos. Evangelho são as boas novas de Cristo (Mt 9.35). A mensagem registrada
pelos evangelistas contém apelo ao arrependimento, renúncia ao pecado, oferta
de perdão, esperança de salvação e santidade de vida (Mt 3.2; Lc 1.77; 9.62).
Os seguidores de Cristo são convocados a viverem as doutrinas do Evangelho e a
adotarem a ética e a moral do Reino de Deus como estilo de vida (Mc 10.42-45).
(LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 1, 1º Abr 18)
Paulo
argumenta que até mesmo os pagãos, que não revelam um claro conhecimento da
Lei, demonstram que a obra da Lei está escrita no coração deles (Rm 2.14, 15).
“A tradição cristã abriu novas perspectivas para a ética de Israel.
Diferentemente dos rabinos e suas escolas para o ensino da interpretação da Lei
Mosaica, Jesus transmitiu aos discípulos uma sabedoria de vida – uma ética –
centrada no Reino de Deus e sua justiça, a serem buscados em primeiros lugar
(cf. Mt 6,33). Escolheu um método existencial – “Aprendei de mim” (Mt 11,29) –
para transmitir um modo de ser e de agir com o testemunho de vida, palavras e
atos. A linguagem parabólica foi a maneira de pregar o evangelho do Reino.
“Nada lhes falava a não ser em parábolas” (Mc 4,34). A vida e o mundo foram as
escolas onde os discípulos de Jesus se confrontavam com uma “justiça superior à
dos escribas e à dos fariseus” (Mt 5,20). Jesus não inventou uma nova ética.
Antes, foi capaz de mergulhar nas raízes da fé de Israel e, deste tesouro,
“tirar coisas novas e velhas” (Mt 13,52). Seu contexto ético-religioso exigia
uma guinada. A prevalência da mentalidade de certas correntes do movimento dos
escribas e fariseus deu origem a uma religião legalista, donde resultava uma
ética feita de submissão aos 613 mandamentos e proibições, nos quais a Torá
fora codificada. A religião e, com ela, a ética, tornaram-se um fardo pesado,
um jugo esmagador, sem espaço para a liberdade. Jesus denunciava os opositores
por causa da conduta imprópria. “Amarram fardos pesados e os põem sobre os
ombros dos homens, mas eles mesmos nem com um dedo se dispõem a movê-los” (Mt
23,4). Criavam normas para os outros, sem assumi-las para si. Entretanto, o novo
ethos introduzido por Jesus exigia dos discípulos profunda renovação interior.
A continuidade com a tradição de Israel comportava, também, descontinuidade.
Jesus usou duas parábolas para falar da disposição para acolher a novidade de
sua proposta. “Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o
remendo repuxa a roupa e o rasgão torna-se maior. Nem se põe vinho novo em
odres velhos; caso contrário, estouram os odres, o vinho se entorna e os odres
ficam inutilizados. Portanto, o vinho novo se põe em odres novos; assim ambos
se conservam” (Mt 9,16-17). Sua proposta ética não podia ser confundida com o
legalismo farisaico. O Reino de Deus requeria grande abertura de coração para
ser acolhido sem reservas. Só assim se poderia captar a novidade ética do
Mestre de Nazaré.” (Ética e
Teologia no Novo Testamento. Disponível em: http://theologicalatinoamericana.com/?p=206. Acesso em: 24 mar, 2018)
4. O Sermão do Monte. Este sermão contém princípios do mais alto ideal
moral. Nele são reveladas a ética e a moral do Reino de Deus em questões como:
a ira, o adultério, o divórcio, o juramento, a vingança e o amor (Mt
5.22,28,32,37,39,44); também aborda a esmola, a oração e os jejuns (Mt
6.1,5,16); passando pela questão do prejulgamento, dos falsos profetas e dos
alicerces espirituais (Mt 7.1,15,24-27). O Sermão do Monte está para os
cristãos como o Decálogo está para os judeus. Por isso, nosso Senhor convida a
seus seguidores que priorizem o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33). (LB
CPAD, 2º Trim 2018, Lição 1, 1º Abr 18)
O
Sermão do Monte é uma síntese do novo ethos
introduzido por Jesus. O cristão deve caracterizar-se pela humildade, mansidão,
misericórdia, integridade, busca da justiça e da paz, pelo perdão, pela
veracidade, pela generosidade e acima de tudo pelo amor.
“O Sermão da Montanha sintetiza a ética do
discípulo, na perspectiva do Reino. Mt 5-7 reúne ensinamentos de Jesus, com
paralelos em Marcos e Lucas, em contextos diferentes. Esse catecismo do
discipulado esboça, em grandes linhas, o agir de quem optou por centrar a vida
no querer do Pai, nos passos de Jesus. Pode ser chamado de Torá (instrução,
ensino) cristã, pois não pretende ser uma lei, no sentido jurídico do termo, e,
sim, uma orientação, um projeto de vida.”
(Ética e Teologia no Novo
Testamento. Disponível em: http://theologicalatinoamericana.com/?p=206. Acesso em: 24 mar, 2018)
“As bem-aventuranças descrevem o caráter equilibrado e diversificado do
povo cristão. São oito qualidades que cada cristão deve ter. Cada qualidade foi
elogiada, enquanto cada pessoa que a possui foi declarada “bem-aventurada”. A
palavra grega makarios significa “feliz”. O homem que reagir ao seu ambiente
com esse espírito terá uma vida feliz. As promessas de Jesus nas
bem-aventuranças têm cumprimento presente e futuro. As bem-aventuranças não
podem ser vistas como uma “nova lei” deixada por Jesus para alcançarmos a
salvação. A salvação é pela graça. As quatro primeiras bem-aventuranças
descrevem o relacionamento do cristão com Deus, e as outras quatro, o seu
relacionamento e deveres para com o próximo.” (ÉTICA CRISTÃ NO SERMÃO DA MONTANHA por Prof. Rev.
Gildásio Reis (Th.M). Disponível: http://homempresbiteriano.blogspot.com.br/2010/08/etica-crista-no-sermao-da-montanha-por.html. Acesso em: 24 mar, 2018)
5. As Epístolas Paulinas e Gerais. As Epístolas Paulinas, bem como as gerais, trazem
ensinamentos aprofundados sobre a nossa relação com Deus (Rm 12.1,2; Hb
13.7-17), com o Estado (Rm 13.1-7; 1Pe 2.11-17), com o próximo (Rm 13.8-10;
14.1-12; 1Jo 3.11-24), a injustiça social (Tg 2.1-13; 5.1-6), a questão da
sexualidade cristã e do casamento (1Co 6.12-20; 1Co 7.10-24). (LB CPAD, 2º Trim
2018, Lição 1, 1º Abr 18)
No
Novo Testamento há treze cartas escritas por Paulo. Em cada uma destas cartas,
Paulo dá um ensino específico como norma de vida aos crentes da sua e da nossa
época. Para um estudo sobre ética em cada uma das cartas, leia aqui.
O
Novo Testamento contém várias cartas menores, que são chamadas de “universais”.
Com exceção de 2º e 3º João, são dirigidas à igreja em geral.
CONHEÇA MAIS
Ética
“Historiador e estadista,
Churchill não ignorava a influência da Bíblia Sagrada na formação das grandes
nações. Sabia que, sem ela, a Civilização Ocidental seria inviável. Por isso,
foi tão categórico ao analisar as conquistas espirituais e morais da
Inglaterra: ‘O estandarte da ética cristã [a Bíblia] é, ainda, o nosso mais
importante guia’”. Para conhecer mais, leia As Novas Fronteiras da Ética
Cristã, CPAD, p.9.
TÓPICO III - CHAMADOS A VIVER
ETICAMENTE
Os israelitas foram reprovados por não obedecerem a lei moral outorgada
por Deus no deserto. Tal registro foi feito para a nossa advertência, pois as
Escrituras dizem acerca do perigo de não vivermos o ideal ético do Reino (1Co
10.5).
1. “Não cobiceis as coisas más”. Paulo adverte a Igreja em Corinto a não incorrer
no pecado da cobiça (1Co 10.6). No deserto os israelitas cobiçaram o que lhes
fora proibido e, por isso, sentiram saudades do Egito (Nm 11.4,5).
Infelizmente, ainda hoje, pseudocristãos cobiçam os prazeres do mundo. Assim,
preferem o hedonismo e a escravidão do pecado a cumprirem a lei moral do Pai.
(LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 1, 1º Abr 18)
Matthew
Henry comenta 1º Co 10.5: “O apóstolo
expõe ante os coríntios o exemplo da nação judaica de antigamente para
dissuadi-los da comunhão com os idólatras e da segurança em algum caminho
pecaminoso. Por milagre cruzaram o Mar Vermelho, onde foi afogado o exército
egípcio que os perseguia. Para eles, este foi um batismo típico. O maná do qual
se alimentavam era um tipo de Cristo crucificado, o Pão que desceu do céu, e os
que dele comam viverão para sempre. Cristo é a Rocha sobre a qual se edifica a
Igreja cristã; e dos riachos que dali surgem, bebem e se refrescam todos os
crentes. Isto tipifica as influências sagradas do Espírito Santo, entregue aos
crentes por meio de Cristo. mas que ninguém presuma de seus grandes privilégios
ou de sua profissão da vaidade: elas não asseguram a felicidade celestial”.
“Paulo declara que: “Ora, estas coisas se
tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles
cobiçaram” (1 Coríntios 10.6). Embora este versículo fale a respeito de Israel
quando do episódio do êxodo; podemos, contudo, presumir que ele sirva, também,
para todos os exemplos, especialmente, os ruins! Creio eu, que a Bíblia nos
mostra os erros, pecados e fraquezas dos homens, não para que justifiquemos os
nossos, como diriam alguns: “Se Abraão, Davi, Elias e outros erraram, eu também
posso errar”. Eu classificaria essa afirmativa como “meia verdade” ou uma
“verdade incompleta”, pois, errar até podemos, mas, “não devemos”. Ao contrário
disto, mostrando-nos o (ruim) proceder desses homens, a bíblia, deixa-nos o
exemplo para que vejamos e creiamos na possibilidade de sermos como eles em
suas virtudes e não nos defeitos e fraquezas”. (Pr Alex Oliveira. “Aquele que está de pé…”;
Disponível em: https://opoderdasescrituras.wordpress.com/2010/10/23/aquele-que-esta-de-pe/.
Acesso em: 25 mar, 2018)
2. “Não vos torneis idólatras”. O apóstolo exorta acerca do perigo da idolatria
(1Co 10.7). Enquanto Moisés recebia as tábuas da Lei (Êx 31.18), os israelitas
se corrompiam adorando um bezerro de ouro (Êx 32.1-6). O ato de idolatria não
consiste apenas na adoração de uma imagem. Falsos cristãos desprovidos da ética
das Escrituras adoram o dinheiro e os bens materiais. A Bíblia chama esse
pecado de idolatria (Cl 3.5). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 1, 1º Abr 18)
O
Comentário da Bíblia Diario Vivir
sobre o texto de 1º Co 10.7 traz: “O incidente
mencionado em 10.7 se refere a quando os israelitas fizeram o bezerro de ouro e
o adoraram no deserto (Exodo 32). O incidente em 10.8 é a menção de Num_25:1-9
quando os israelitas adoraram ao Baal-peor e se envolveram em imoralidade
sexual com mulheres moabitas. A referência em 10.9 é à queixa e chateio dos
israelitas por sua alimentação (Num_21:5-6). Puseram ao Senhor a prova, para
ver quão longe podiam ir. Em 10.10, Paulo se refere a quando o povo se queixou
contra Moisés e Arão e lhes sobreveio as pragas (Num_14:2, Num_14:36;
Num_16:41-50). O extermínio do anjo se refere a Exo_12:23”.
A
recomendação paulina é que nos consideremos mortos e insensíveis à pecados
perigosos e indomáveis: fornicação, impureza, paixões desordenadas, maus
desejos e avareza. Estas práticas devem ser cortadas antes que se tornem
poderosas e indestrutíveis e acabem por nos destruir. Devemos fazer cada dia
uma decisão conscienciosa para tirar algo que sustente ou alimente estes
desejos e depender do poder do Espírito Santo.
Só
o Senhor Deus de Israel deve ser cultuado. Todo outro culto é proibido e
constitui idolatria (Ex 20,3-6; Dt 5,7-10). Israel acreditou na existência de
outros deuses (Jz 11,23s) e se deixou seduzir pelo culto a deuses cananeus,
assírios e babilônios (Nm 25,3; Jz 2,12; 1Rs 14,22-24; 2Rs 21,2-15). Os deuses
e suas imagens (cf. Dt 4,15-24 e nota) são invenção dos homens (Rm 1,23) e um
grave pecado (Sl 96,5; Sb 13,1-5; Rm 1,23-25; 1Cor 5,10s). Também a cobiça de
riquezas é idolatria (Cl 3,5; Ef 5,5).
3. “Não nos prostituamos”. À luz da história dos israelitas, o apóstolo
alerta acerca da maldição provocada pela prostituição (1Co 10.8). A imoralidade
encabeça a lista das obras da carne: “prostituição, impureza, lascívia” (Gl
5.19). Muitos, em nome da “graça barata”, justificam a imoralidade e a
sensualidade em suas vidas. A Palavra nos ensina que é preciso conservar o
nosso corpo irrepreensível (1Co 6.18,19; 1Ts 5.23). (LB CPAD, 2º Trim 2018,
Lição 1, 1º Abr 18)
Todos
temos desejos naturais para o mal e não os podemos ignorar. A fim de seguir a
guia do Espírito Santo devemos enfrentá-los com decisão (crucificá-los, Gl
5.24). Estes desejos incluem pecados óbvios tais como imoralidade sexual e
feitiçaria. Também incluem pecados menos óbvios como a ambição, o ódio e o
ciúme. O ignorar nossos pecados ou recusar enfrentá-los revela que não
recebemos o dom do Espírito que guia e transforma nossa vida!
Não
sei a que se refere o comentarista quando usa o termo “graça barata”, contudo, foi Dietrich Bonhoeffer, pastor e teólogo
da Igreja Luterana da Alemanha (martirizado aos 39 anos pelos Nazistas). "A graça barata é a pregação do perdão sem
arrependimento, é o batismo sem a disciplina de uma congregação, é a Ceia do
Senhor sem confissão dos pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça
barata é a graça sem discipulado, a graça sem a cruz, a graça sem Jesus Cristo
vivo, encarnado”. (Ultimato Online).
O
que quer dizer Paulo quando manifesta que nossos corpos pertencem a Deus?
Muitos dizem que têm o direito de fazer com seus corpos o que queiram. Embora
pensem que isso é liberdade, não são a não ser escravos de seus desejos. Quando
decidimos seguir a Cristo, o Espírito Santo vem a nossas vidas e vive em nós.
Portanto, deixamos de ser donos de nossos corpos. "Comprados por
preço" se refere a um escravo que foi comprado em um leilão. Se você viver
em um edifício alheio, procura não violar as normas estabelecidas em dito
lugar. Como seu corpo pertence a Cristo, não deve violar suas normas em seu
jornal viver. (Biblia Vivir)
CONCLUSÃO
A Bíblia Sagrada é o fundamento para o viver ético-moral dos cristãos. É
a única regra infalível de fé e de conduta para a Igreja (2Tm 3.16). Portanto,
em tempos de ataques ideológicos contra a cultura judaico-cristã, a Igreja não
deve furtar-se de ser o “sal da terra” e a “luz do mundo” em pleno século XXI
(Mt 5.13,14). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 1, 1º Abr 18)
Como
viver um cristianismo coerente em uma sociedade em mudança rápida? Nas grandes
questões éticas da atualidade, a Bíblia, de fato, tem uma posição clara e
inequívoca. Devemos considerar os princípios e formas do agir ético cristão,
para ajudar aqueles que estão tão confusos quanto às normas de conduta que
devem aplicar nestes dias de confusão ética e moral.
No
evangelho de Mateus percebe-se dois elementos principais no discurso aferido
por Jesus, são os seguintes:
Sal da Terra – subentende-se que o sal seja
a conduta correta, verdadeira e característica de todo cristão, um modelo de
pessoas que conservam e transmitem a ética da vida cristã.
Luz do Mundo – Da mesma forma que o sal da
terra, a luz do mundo tem a sua metáfora voltada para a ética da vida cristã.
Obs. Mas ambos têm o seu papel semelhante neste discurso. Ex: O sal quando
cumpre o seu papel que é temperar ou dar sabor ele some deixando apenas o seu
gosto. Assim também a luz quando acesa serve para iluminar outros ambientes e
não a si próprio, ou seja, a função do cristão não é aparecer ou ficar famoso
pelo que faz (sua função), mas cumprir a sua função lembrando que todo o
crédito e mérito é de Cristo.
“Achando-se as tuas palavras,
logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração;
porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias
15.16),
Francisco
Barbosa
Campina
Grande-PB
Março de
2018
PARA REFLETIR
A respeito do tema “O que É Ética Cristã”,
responda:
Quais são os significados das palavras “ética” e “moral”?
A palavra “ética” significa “costumes” ou
“hábitos”. A palavra “moral” corresponde ao sentido de “normas” ou “regras”.
Qual é o fundamento moral da Ética Cristã?
As Escrituras Sagradas.
Aponte as principais seções bíblicas que fundamentam a Ética Cristã.
Os textos do Decálogo, da mensagem dos profetas,
dos Evangelhos, do Sermão do Monte, das Epístolas Paulinas e Gerais.
Cite pelo menos três esferas éticas de nossa vida que essas seções
bíblicas abarcam.
Esferas morais, sociais e espirituais.
Por que os israelitas foram reprovados?
Os israelitas foram reprovados por não obedecerem a
lei moral outorgada por Deus no deserto. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 1, 1º Abr 18)
SUBSÍDIO PEDAGÓGICO
Professor (a), para introduzir o
primeiro tópico desta lição é muito importante que você domine o conceito de
“ética” e de “moral”. Muitos confundem dois termos devido à natureza
etimológica bem próxima de ambos. Neste espaço, para ajudá-lo(a) neste
propósito, e com o auxílio do filósofo cristão Arthur Holmes (Ética: As
decisões morais à luz da Bíblia, editada pela CPAD), pontuamos algumas
considerações à respeito do binômio ética-moral:
ÉTICA
|
MORAL
|
1. A Ética trata a respeito das virtudes e dos valores que devemos
cultivar ao longo da vida;
2. A Ética diz respeito à consciência de nossas obrigações morais;
3. A Ética nos conduz a caminhos que devemos percorrer para agirmos
com correção nos problemas morais práticos.
|
1. A Moral trata-se das virtudes e valores propriamente ditos que
constitui o espírito humano;
2. A Moral é o conjunto de regras e princípios instituídos na
consciência da pessoa;
3. A Moral se manifesta na ação concreta de uma pessoa.
|
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Atenção para a tradição da Igreja de Cristo!
Além das Sagradas Escrituras, a
Igreja de Cristo tem uma tradição riquíssima em decisões de questões éticas,
como aborda muito bem o pastor Claudionor de Andrade: ‘Se, por um lado, não
podemos escravizar-nos à tradição, por outro, não devemos desprezá-la. Sem o
legado dos que nos precederam, jamais teríamos conseguido estruturar nosso
edifício teológico, moral e ético. Logo, é-nos permitido eleger a tradição
eclesiástica como o segundo fundamento da Ética Cristã. [...] A tradição,
quando bem utilizada, assessora a Igreja nos dilemas teológicos, morais e
éticos. O apóstolo Paulo reconhece-lhe a importância: ‘Nós vos ordenamos,
irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que ande
desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebestes’ (2Ts 3.6). O
que não podemos fazer é colocá-la de pé de igualdade com a Bíblia. A Didaqué é
um dos tratados mais antigos e tradicionais da Igreja Cristã. Produzida ainda nos
dias apostólicos, ajudou os primeiros cristãos a posicionarem-se espiritual e
eticamente. A Doutrina dos Doze Apóstolos, como também é conhecida, realçava-se
por amorosas admoestações, conforme podemos observar: ‘Há dois caminhos: um da
vida e outro da morte. A diferença entre ambos é grande. O caminho da vida é,
pois, o seguinte: primeiro amarás a Deus que te fez: depois teu próximo como a
ti mesmo. E tudo o que não queres que seja feito a ti, não o faças a outro’.
Mais adiante, prossegue o autor anônimo, citando as práticas que conduzem o ser
humano à perdição: ‘Mortes, adultérios, paixões, fornicações, roubos,
idolatrias, práticas mágicas, rapinagens, falsos testemunhos, hipocrisias,
ambiguidades, fraude, orgulho, maldade, arrogância, cobiça, má conversa, ciúme,
insolência, extravagância, jactância, vaidade e ausência do temor de Deus”
(ANDRADE, Claudionor de. As Novas Fronteiras da Ética Cristã. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2017, pp.17,18).
SUBSÍDIO DIDÁTICO
“A santidade na vida prática
(12.14)
A
santidade não é algo opcional ou extra na vida cristã, mas algo que pertence à
sua essência. Somente aqueles que têm o coração puro verão a Deus; ninguém mais
(Mt 5.8). Aqui (Hb 12.14), como no verso 10, trata-se da santidade na vida
prática. Deste modo, 12.14 começa exortando os crentes a procurarem
verdadeiramente a paz e a santidade como estilo de vida. Fazer todo o esforço
possível (dioko) transmite a ideia da diligência na busca da paz e da
santificação, e não um esforço que produz obras mortas e justiça própria.
Muitos
intérpretes entendem a busca da ‘paz’ em 12.14 como se referindo à paz com
todos (como na NVI). A preposição grega neste verso, é meta com o genitivo, que
traz um sentido de ‘junto com’ (cf. 11.9; 13.23). Deste modo, o termo ‘todos’
significa especialmente junto com ‘todos os outros crentes’ (cf. 13.24), que
também estão sendo exortados a procurar a paz de Cristo na comunidade. Como um
objeto direto do verbo dioko, a paz é vista como uma realidade objetiva ligada
a Cristo e à sua morte redentora na cruz, que torna possível a harmonia e a
solidariedade na comunidade cristã (cf. Cl 1.20).
Semelhantemente,
a ‘santidade’ é essencial para a comunidade cristã (cf. 12.15). O pecado divide
e contamina o Corpo de Cristo (a Igreja), da mesma maneira que o câncer faz com
o corpo humano. Procurar a santidade sugere um processo de santificação no qual
a nossa vida e nossa maneira de viver são separadas para Deus como santas e
como instrumentos de honra a Ele. Somos transformados conforme a semelhança de
Deus quando nos aproximamos e nos mantemos no Lugar Santíssimo de sua presença.
Na união e na comunhão com Deus, no Lugar Santíssimo, reside o poder da ‘paz’ e
da ‘santidade’” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1634).
SUBSÍDIOS ENSINADOR
CRISTÃO
O que é Ética Cristã
Corrupção, degradação dos valores
interiores, relativização da vida humana. As questões são muitas. Os desafios,
tensos. Não poucos cristãos se veem na encruzilhada da ética. Por exemplo,
diante de uma gravidez, quando se recebe um diagnóstico assustador acerca do
bebê, é possível continuar a crer na sacralidade da vida? Ou diante do sonho da
maternidade é possível continuar ético e bíblico para não manipular diversos
embriões (sabendo que na fertilização in vitro a maioria dos embriões se perde)
em nome desse sonho? A resposta para essas e outras perguntas dependerá da
convicção ética que a pessoa tem segundo as Sagradas Escrituras.
Neste trimestre, o tema da Ética
é o objeto do nosso estudo. Como introdução ao assunto, é importante o prezado
professor, a prezada professora, procurar dominar os conceitos de “ética” e de
“moral”, distinguindo-os com clareza. Aqui, podemos iniciar esse trabalho com o
auxílio do filósofo cristão norte-americano, Arthur Holmes, que descreve a
ética da seguinte forma: “a ética trata do bem (isso é, dos valores e virtudes
que devemos cultivar) e do direito (isso é, de quais devem ser as nossas
obrigações morais). Ela avalia pontos de vista alternativos do que é o bem e o
direito; explora caminhos para alcançarmos o conhecimento moral de que
necessitamos; indaga por que devemos agir com correção e, a partir daí, conduz a
problemas morais práticos, que estimulam a assim pensarmos prioritariamente”
(Ética: As decisões morais à luz da Bíblia, CPAD, p.10). A partir dessa
descrição podemos perceber que a questão da moral, diferentemente da “ética”,
se atém à prática das ações do bem viver. Nesse sentido, a ética aponta para as
práticas virtuosas, ou seja, ela fundamenta a moral.
No caso da Ética Cristã, seu
objeto de reflexão susta-se de acordo com os princípios morais desenvolvidos ao
longo das Escrituras. A lei moral que promana da Bíblia é refletida hoje em
nossa sociedade; ou seja, os princípios morais postos nas Escrituras, e
manifestos por meio da cultura judaico-cristã, estão claramente presentes em
nossa cultura ocidental.
Já que é impossível esgotarmos
todos esses princípios neste espaço, sugerimos que aprofunde os estudos das
seguintes seções bíblicas: O Decálogo, a Mensagem dos Profetas, a Mensagem dos
Evangelhos, o Sermão do Monte, os aspectos éticos das Epístolas Paulinas e
Gerais. Bom trimestre!